sexta-feira, 31 de agosto de 2012

La Femme De La Mer

Apodreça, entorte, despedace-se, sangre, e ajoelhe-se diante de mim clamando por minha ajuda, por um gole d'água.
Estarei no mesmo lugar de sempre, em meu trono aveludado obscuro, cercado pelas profundezas do oceano que correram de meus olhos, por sua causa.
Realmente, amei-te. E amei desesperadamente, cegamente, como o céu que se rasga com o brado de Zeus, como a estrela distante de Gaia que, em todo seu fulgor, extermina-se, e esvai, inexiste. Não sabes, amado meu, o quanto minh'alma despedaçou-se pelos seus sorrisos, por suas inquietas mãos e por suas cortantes palavras que insistiam em tocar-me.
E aquele que antes acariciava-lhe como as gotas sutis e revigorantes que despencavam gentilmente dos céus, virá para ti como as furiosas e imponentes ondas do mar, como as voláteis sereias, que atrás de sua beleza inexplicável, escondem suas mais profundas feridas - profundas como o oceano.
Oh, por que, jovem rapaz, por infortúnio do destino, cruzaste minha vida? Eu não queria! Tu também não, e por isso machucou-me tanto - porque não sabia, e ignorava-me.
Grite, meu amor, grite enquanto eu choro por ti, enquanto eu canto para os sete mares que amei-te, que amo-te, e que derramo-me e arrebento-me inteiramente por ti. Afinal, não foras tu o culpado do oceano que carrego em minhas costas, olhos e coração? Pelas pedras que me arremessam?
Não há necessidade de preocupar-se com essa corda apertada em seu pescoço, amado, que te impede a respiração e te priva de olhar de longe o reino dos silfos. Não, amor... isto é apenas meu coração. Bem vindo.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Deuses

Não, não é um post artístico e dramático, perdão, rs. Mas o blog é meu, e resolvi postar minha opinião sobre deuses.
Pois bem, não encaro os deuses como seres transcendentais (como o Deus cristão). Não acredito que sejam super humanos que criaram os humanos. O homem veio da Natureza, e a Natureza é a Deusa, portanto os deuses. Acredito que o céu belo, trevoso e noturno sempre esteve lá, exercendo seu papel de sempre, e apenas depois foi chamado de Nyx. E assim com todos os deuses.
Isso estende uma pergunta do tipo "se você acredita que deuses são tão 'humanos', como você explica a relação de Zeus com os raios, de Aine com fadas, de Lir com o mar?".
Porque o homem é a natureza, faz parte dela. Suas emoções, seus instintos, sua vida inteira é uma manifestação da natureza. As coisas externas são internas, e vice-versa. O homem é um microcosmo. E um macrocosmo também. Tudo está relacionado.
Portanto, deuses são interpretações da mente? São, mas o universo é mente. Portanto os deuses estão no universo.
Eles existem tanto quanto o copo que está do meu lado, tanto quanto a cama na qual eu estou sentado, quanto eu. Tudo existe. 
Destaco, porém, que suas variações tenham sido determinadas por arquétipos. E esses arquétipos, sim, são algo externo ao homem, algo que, de alguma forma, o influenciou, e influencia até hoje.
Inclusive, eu ligo os arquétipos com os deuses relacionados à outros planos (Aine, Tiamat, et cetera).

Enfim, posso estar errado.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ceremonials

"Cabrum!" - exclamou o alvo céu nublado, pesado. O dia havia escurecido pelas melancólicas nuvens, e a brisa congelante exterminara o calor que horas antes acalentava os corações dos jovens enamorados ali, na frente da escola. Eu, como sempre, estava sentado na grama, perto da árvore. A árvore na qual meses atrás estávamos riscando nossas iniciais, rindo porque era clichê. Infelizmente, os ali presentes ficariam até anoitecer, estavam munidos de capas de chuva, guarda-chuvas e calor humano - haveria um evento qualquer.
Contrastando o cenário cinzento, minhas roupas quase fluorescentes de tão coloridas destacavam-me, alimentando minha recente fama de depressivo e isolado. Eu não conseguia chorar por sua morte, pois não conseguia aceitá-la. Não como algo que fosse contra a minha vontade e eu estivesse revoltado, mas porque a ficha não tinha caído. Você simplesmente não havia morrido. Aquele corpo no caixão era apenas um clone. Sua família estava lamentando por outro filho com o mesmo nome.
Lembrei de suas velhas manias de fazer cambalhotas pra me alegrar - sempre funcionava. E foi o que fiz. Na frente de todos aqueles adolescentes, estava eu, "sozinho", dando cambalhotas e rindo. Curiosamente, ouvi sua risada.
Zeus lançou mais outro brado, e o céu começou a chorar - por mim, eu suponho. Realmente parecia, afinal, torrentes desciam das nuvens.
Escureceu. O evento já tinha acabado (era uma apresentação qualquer, de uma banda qualquer), e eu continuava ali, envolto pelas sombras e pelo frio trincante, dançando, rodopiando, dando cambalhotas e rindo. Rindo porque eu sabia que você estava do meu lado, rindo comigo (ou de mim). Sentia o calor do seu sorriso contrastando com aquela ventania que chicoteava minha alma. Sentia sua presença. Seu abraço.
Foi então que a ficha caiu. Você havia morrido.
Desabei, chorando junto com as brumas que inundavam o céu. Joguei-me contra a árvore, arranhei seu tronco. Meus dedos sangraram, mas não mais que meu coração.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Memórias póstumas de um velho coração

Talvez seja perda de tempo escrever sobre amores platônicos ou sobre como sofro por eles. Mas são fonte de grande inspiração, rendem ótimas linhas dramáticas.
Eu não gostaria nem deveria amar-te. Mas esse feminino coração, o qual você mastigou, apunhalou e estourou, sem ao menos saber do fulgor que alimento por ti, vive me pregando peças e fazendo-me de bobo. És tão ingênuo, jovem menino. E tão amável. E por isso lhe odeio - por não poder tê-lo. Lhe odeio imensamente, infinitamente.
Divirta-se com minhas palavras pobres e minha feiúra, gargalhe aos som dos gemidos que, melancolicamente, eu soltei enquanto furiosamente desejava-te, solitário. Caminhe com seus pés angelicais sobre meu coração que, masoquista, extasia ao ser pisoteado por você. Cumprimente-me, toque a minha mão nojenta e freneticamente necessitada da sua, e que deseja bestialmente derramar teu sangue.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Dubstep

Como sempre, era noite. Na próxima semana iriam começar os apelos comerciais porque seria véspera de Natal. A cidade estava bastante iluminada, pelos carros, postes, prédios, festas. Estávamos sentados em cima do prédio, com as pernas balançando no limite do topo do prédio, suicidas. Começou a chover. E a água que o céu derramava não era fria. Estava morna.
Ele, com seus olhos turquesa reluzentes que contrastavam com o negro brumoso de seus cabelos, fitou-me profundamente. Sorriu, sugestivo. E como me conhecia, sabia da minha reação - eu o olharia, arqueando a sobrancelha. De fato, foi o que fiz.
- Existe o paraíso? - perguntou-me, deliberadamente. Não estranhei sua pergunta, vivíamos trocando idéias aleatórias a todo momento.
- Existe - eu respondi. E fui argumentado com um ingênuo "e aonde está?".
Toquei em sua testa e em seu coração, e sorri. Ele sorriu também.
- Então existem muitos paraísos, não é? - disse ele, infantil, mesmo com sua aparência diabolicamente agressiva e angelicalmente sexual.
- Existem. Muitos.
As gotas pararam antes de cair no chão. O mundo havia congelado. Luzes azuis dançavam entre nós, eram quase tão líquidas quanto a água que agora estava parada no tempo - como toda a cidade, exceto por nós. Os prédios caíam, mas milagrosamente não nos afetavam. Eu via os carros andando em direção à lua, e as ondas violentas do mar rondando a cidade, num tornado. Tudo era levado. Tudo sumiu. Ficamos só eu e ele.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Ever (parte 2) - Leave My Body

Não.
Ele tinha a escolha de se livrar daquela turbulência toda e ir embora, descansar em paz. Mas o que levaria consigo? Idéias? Teorias? Cálculos sobre consequências e atos?
Ele era mais do que isso. Ele tinha uma luta a vencer. Ele tinha que enfiar o dedo na cara de alguém e gritar "EU VIVO". Tinha que chegar em casa, sorridente e radiante, bater o pé e não mais abaixar a cabeça e engolir as agulhas que sua mãe lhe lançava.
Seus sentidos voltaram, num grito, ou melhor, um urro imenso. Fixou seus olhos para o céu, que sempre esteve, está, e sempre estará. O céu que ele olharia, futuramente, lembrando-se das duras batalhas que venceu.
Trovejou. Começou a chover, e muito. Não se importou com o frio, apenas correu para debaixo da água que o céu derramava e gritou, dançou, chutou, gargalhou. Era disso que precisava - DE VIDA. E não de apenas um momento de vida, não apenas um breve período de tempo, não apenas uma lembrança. Precisava do mundo. E para sempre.

Noutro grito, tomou a decisão de apagar seu medo. Apagar o pessimismo que o assombrava, e a sensação traumática de que sempre iria dar errado.

Voltou a gargalhar, debaixo da chuva.

Ever (parte 1)

O céu não estava paradisíaco, mas estava bonito, apenas por ser noite. E estava frio. A brisa - por mais gentil que fosse - era gelada e dançava entre os galhos e folhas emaranhados, atravessando-os e alcançando o jovem rapaz.
Ofegante, afinal tinha corrido muito (coisa que não fazia há muito tempo, era sedentário demais), ele desabou sobre o chão, escorando-se num dos pilares que erguia o rústico e nostálgico prédio. Perdido em violentos soluços, ele não sabia se chorava ou respirava. Sim, outra briga com a mãe. Normalmente ele se recolheria em seu quarto e ficaria encarando a parede, inexpressivo, até ela obrigar-lhe a ir à igreja. Mas essa foi a gota d'água. Ele não tinha mais estruturas para aguentar os arpões que eram-lhe lançados. Ela, num momento desses, estaria (ou melhor, estava!) conversando com suas primas e amigas sobre quão ridículo havia sido a atitude de seu filho, e como ele precisava de salvação.

O zelador saiu de dentro do hall que era oculto por portas de vidro escuríssimas. Seus traços eram característicos de um homem de idade, e se revelavam suavemente diante das luzes amareladas que refletiam na madeira escura das paredes. Perguntou para o rapaz o que havia lhe acontecido de tão ruim. Mas ele não conseguia falar. Seus suspiros eram demasiadamente intensos e tomavam o espaço de suas falas. O velho se abaixou e tentou consolar o menino, pousando sua mão trêmula no ombro dele. Não adiantou. Ele soltou um suspiro, entristecido, levantou-se e voltou à sua sala, dizendo que se precisasse, estaria ali. O menino não ouviu.

E depois de tanto chorar, seus olhos não tinham mais lágrimas para derramar e seus pulmões não aceitavam mais o ar. Sentiu seu corpo leve como uma pluma cair para o lado, quicar levemente... e parar. E nada mais importou. Sua visão não era verbalizável. 



sexta-feira, 10 de agosto de 2012

This Is What Makes Us Girls

Era pra ser um dia deplorável qualquer, cansativo, sedentário e monótono. Estava sendo, até então (vide "Tédio").
E aí o interfone tocou. A empregada disse seu nome errado, te chamou de Júlio. Eu ri. Me senti muito bem por ter um motivo pra sair desse covil digital mofado, sentia falta do vento. E melhor ainda porque lembraram de mim. Não estou acostumado.
E fui abrir o portão pra vocês.
Engraçado como o mundo inteiro perde toda sua magnitude quando quatro adolescentes problemáticos se juntam pra rir. O céu noturno estava gelado, sem muitas estrelas. Mas elas não importavam naquela hora. Os ventos frios eram repelidos pelo calor de nossas gargalhadas escandalosas que irritavam o porteiro - o que nos fazia rir mais ainda.
E não somos gênios, não somos revolucionários, não tiramos boas notas, não sorrimos o tempo inteiro. Na verdade não somos muito especiais. Somos vagabundos.
Eu sinceramente não sei se é puro drama meu, ou se estou acostumado demais com essas grades, mas obrigado por terem me lembrado de que os ventos ainda existem, e que eles ainda passam pelo meu rosto. Há muito eu não ria.
Por outro lado, eu sei que nunca irão compreender minha excessiva necessidade de... vocês. Eu sempre me senti uma menina enfiada no meio de marmanjos, e muito bem protegida. Não sabem como eu me orgulho e me inspiro em vocês. Talvez por isso eu seja tão grudento e infantil. Chorão...
Obrigado, apenas. Por existirem, por viverem perto de mim, por gostarem de mim, por me fazerem feliz (mesmo que temporariamente).

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Salamandra

Eu sabia que isso ia contra os ensinamentos que ele recebera. Era gritante, afinal, estávamos dentro da igreja aonde crescera. Senti o canto direito da minha boca elevar-se, formando um sorriso provocante. Olhando profundamente em meus olhos e derramando algumas lágrimas, ele engoliu sua saliva morna. Morna como o hálito que agora se encontrava cada vez mais perto de minha boca.
Estávamos tão excitados que poderíamos ter um orgasmo apenas pelos olhares. Então mordi-lhe o lábio inferior. Tirei-lhe o manto e acariciei-lhe o corpo.
Seus gemidos melancólicos levavam-me à insanidade. Estava extasiado de tanto prazer. Gargalhei. E ele também, apesar de lamentando tamanha heresia.
Lambi seu corpo como se aprecia um fruto da terra. Cheguei ao ápice - seu falo. Ele urrou de prazer.
E mesmo que ele não quisesse, as estátuas e as velas pareciam tornar nosso proibido ato de amor um ritual, daqueles estereotipados e temidos pelos cristãos. O clima macabro nos apenas nos excitava.
O néctar, então, num rugido, foi expelido de seu falo. Escorreu de sua barriga para o Santo Altar. Ele, novamente, derramou lágrimas. Pediu perdão para seu deus e seus santos. Não compreendi por que ele havia perdão por amar-me.
O Sol iria nascer, e os outros cristãos logo chegariam. Deitado sobre meu corpo, ele chorava. Insistia que seríamos condenados á fogueira.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Ondina

Estava eu, sob a luz imensa e não-verbalizável do luar naquela noite azulada. Iria chover, eu sabia. Mas não me importava, era isto que eu desejava, mesmo inconscientemente.
Olhei para as estrelas. Tentei contá-las. Num breve riso, eu desisti, e sorri para o céu encrustado de diamantes cósmicos.
O trovão ressoou e anunciou a chuva que viria não sei de onde, afinal não haviam nuvens no céu. Sentei-me no cais, retardado pela beleza imensurável daquela noite, e coloquei meus pés no lago escuro. Ouvi as gotas caindo do céu... começou a chover. Chovia muito. Os céus choravam por mim. Minhas lágrimas eram as lágrimas da Mãe. Lembrando-me dela, olhei novamente para a lua. Soberba e cercada de estrelas, sua luz majestosa hipnotizou-me novamente, e eu sorri, mesmo afundando-me em lágrimas.
De dentro da água, aonde batia o reflexo do luar, ela saiu. Era tão bela quanto aquela noite. E, não, não queria fazer-me mal. Convidou-me, pois sabia que eu iria por livre e espontânea vontade. Estendi a minha mão para ela, e ela tomou-me para si.

Debaixo d'água, abraçado à ela naquela imensidão sombria, porém familiar, eu ainda podia ouvir as gotas de chuva que borbulhavam na superfície que agora, estava longe de mim. Ainda podia ouvir os trovões, podia ver a lua e as estrelas... ainda ouvia a música. Mas não havia necessidade de respirar.

Cliffs of Moher

E era comum pra eles, para os seres que vivem lá.
Estava na beira de um rio, suas águas eram tão cristalinas que eu podia ver além das pedras. As folhas que caíam lentamente das árvores, rodopiando, eram levadas embora pela sutil correnteza. A luz amena do sol da manhã estava esverdeada devido ao esplendor selvagem do bosque. Acariciava e iluminava as faces curiosas dos ingênuos animaizinhos que, em comunhão com os outros seres que dançavam por ali, assistiam curiosamente o grande astro nascer. 
A luz naquele lugar não era intensa, mas vívida, tanto que era quase palpável. As dríades sorriam para os esquilos que, crianças que eram, corriam e divertiam-se. 
Acima dali, porém não muito distante, os silfos rodopiavam, dançavam e cantavam entre as nuvens, que antes (e por eles) foram cuidadosamente moldadas. E agora, para a alegria deles, estavam coloridas de azul, rosa e amarelo, anunciando a bela manhã que se erguia. 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Dance in the dark.

Tem muitas coisas que odeio em mim. Em especial, a mania de mudar de humor drasticamente, e quase sempre isso é muito... ridículo. 
É como se, de uma hora pra outra, eu me tornasse extremamente infantil, sem-graça. Ajo sem pensar, falo sem pensar. Mas é eufórico, elétrico. E depois vem uma enorme decepção comigo mesmo. Porque eu não queria fazê-lo. Juro que se essa "parte" de mim fosse outra pessoa, seria meu pior inimigo. 
Estou com dor de cabeça, nas costas, exausto e sem esperança alguma. Me pergunto quando nascerá o ser com o qual eu possa me dividir, ser. Sinto falta de sinceridade. De confiança. Sobretudo, liberdade.
Se tem algo que me...

Perdi o raciocínio.
Mas que se foda. Eu queria é estar longe daqui. Longe dessa merda, dessa concentração de infernos que eu chamo excessiva e carinhosamente de casa. Queria me sujar de preto, enlouquecer depois de ter tomado muito álcool, gargalhar fervorosamente, e chorar desesperadamente. Quebrar tudo que estivesse perto de mim, e abraçá-lo. Ele. Que eu talvez saiba quem é. E empurrá-lo, loucos sob a luz do luar. A Lua, minha mãe, e se é minha mãe, sou eu. Se sou a Lua, carrego a noite em mim, carrego as mágoas e o peso que cai sobre nós quando as trevas noturnas se anunciam. Queria que cachoeiras de lágrimas transbordassem de meus olhos, levando embora todo esse peso que esteve sobre mim e transformou-me nessa criatura deformada e caótica, tristonha. Gostaria de não apenas alimentar-me de esperanças, mas prová-las, vivê-las. 
Gostaria de entender o que é a liberdade que falam. De abrir um sorriso, falar uma palavra carregada de sinceridade. 


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Tédio.

O céu está maravilhoso. Fúnebre, etéreo e majestoso. "Mágico" seria uma expressão muito alegre. Essa é minha parte favorita do dia, de tarde, quando a noite anuncia sua chegada. Lá fora alguns carros transitam. A empregada está rindo, entretida com qualquer programa barato. Eu aqui, melancólico e vendo pornografia, e me surpreendendo leve e ocasionalmente com certas imagens no tumblr. Gosto desse site.
Não sei se é por causa do céu que me afeta, mas hoje está tudo coberto de brumas, fumaça. E eu estou em uma pedra que mesmo situando-se acima do mar revolto, é constantemente agredida por este e suas amigáveis ondas que desmoronam continentes.

Chamo isso de tédio.