terça-feira, 14 de agosto de 2012

Ever (parte 2) - Leave My Body

Não.
Ele tinha a escolha de se livrar daquela turbulência toda e ir embora, descansar em paz. Mas o que levaria consigo? Idéias? Teorias? Cálculos sobre consequências e atos?
Ele era mais do que isso. Ele tinha uma luta a vencer. Ele tinha que enfiar o dedo na cara de alguém e gritar "EU VIVO". Tinha que chegar em casa, sorridente e radiante, bater o pé e não mais abaixar a cabeça e engolir as agulhas que sua mãe lhe lançava.
Seus sentidos voltaram, num grito, ou melhor, um urro imenso. Fixou seus olhos para o céu, que sempre esteve, está, e sempre estará. O céu que ele olharia, futuramente, lembrando-se das duras batalhas que venceu.
Trovejou. Começou a chover, e muito. Não se importou com o frio, apenas correu para debaixo da água que o céu derramava e gritou, dançou, chutou, gargalhou. Era disso que precisava - DE VIDA. E não de apenas um momento de vida, não apenas um breve período de tempo, não apenas uma lembrança. Precisava do mundo. E para sempre.

Noutro grito, tomou a decisão de apagar seu medo. Apagar o pessimismo que o assombrava, e a sensação traumática de que sempre iria dar errado.

Voltou a gargalhar, debaixo da chuva.

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