É como se, de uma hora pra outra, eu me tornasse extremamente infantil, sem-graça. Ajo sem pensar, falo sem pensar. Mas é eufórico, elétrico. E depois vem uma enorme decepção comigo mesmo. Porque eu não queria fazê-lo. Juro que se essa "parte" de mim fosse outra pessoa, seria meu pior inimigo.
Estou com dor de cabeça, nas costas, exausto e sem esperança alguma. Me pergunto quando nascerá o ser com o qual eu possa me dividir, ser. Sinto falta de sinceridade. De confiança. Sobretudo, liberdade.
Se tem algo que me...
Perdi o raciocínio.
Mas que se foda. Eu queria é estar longe daqui. Longe dessa merda, dessa concentração de infernos que eu chamo excessiva e carinhosamente de casa. Queria me sujar de preto, enlouquecer depois de ter tomado muito álcool, gargalhar fervorosamente, e chorar desesperadamente. Quebrar tudo que estivesse perto de mim, e abraçá-lo. Ele. Que eu talvez saiba quem é. E empurrá-lo, loucos sob a luz do luar. A Lua, minha mãe, e se é minha mãe, sou eu. Se sou a Lua, carrego a noite em mim, carrego as mágoas e o peso que cai sobre nós quando as trevas noturnas se anunciam. Queria que cachoeiras de lágrimas transbordassem de meus olhos, levando embora todo esse peso que esteve sobre mim e transformou-me nessa criatura deformada e caótica, tristonha. Gostaria de não apenas alimentar-me de esperanças, mas prová-las, vivê-las.
Gostaria de entender o que é a liberdade que falam. De abrir um sorriso, falar uma palavra carregada de sinceridade.
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